O que é Depressão?

O que é Depressão?

depressão (CID 10 - F33) é um distúrbio que gera uma tristeza profunda, perda de interesse generalizado, falta de ânimo, de apetite, ausência de prazer e oscilações de humor que podem acabar em pensamentos suicidas.

Como identificar o início de uma depressão?


  • Apatia
  • Falta de motivação
  • Medos que antes não existiam
  • Dificuldade de concentração
  • Perda ou aumento de apetite
  • Alto grau de pessimismo
  • Indecisão
  • Insegurança
  • Insônia
  • Falta de vontade em fazer atividades antes prazerosas
  • Sensação de vazio
  • Irritabilidade
  • Raciocínio mais lento
  • Esquecimento
  • Ansiedade
  • Angústia

Doenças que mais afetam a população Brasileira




Doenças que mais afetam a população Brasileira


Uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou as principais doenças que atingem a população brasileira. De uma maneira geral, o predomínio é de doenças crônicas. São aproximadamente 59,5 milhões de brasileiros, o equivalente a 31,3% da população, com algum tipo de doença crônica, como a hipertensão e o diabetes.

O número de casos diagnosticados dessas doenças preocupa as autoridades de saúde pública. Conheça as patologias que mais afetam a população brasileira:

1 – Obesidade – De acordo com o IBGE, 43,3% dos brasileiros com mais de 18 anos de idade apresentam sobrepeso ou obesidade. A doença traz riscos de problemas cardiovasculares e é causada principalmente pelo sedentarismo, histórico familiar e má alimentação.

2 – Câncer – Os números de diagnósticos de câncer no Brasil tem aumentado ano após ano. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, dois em cada mil brasileiros terão a doença.

3 – Aids – Apesar das inúmeras campanhas de prevenção, a Aids ainda é uma doença preocupante no Brasil, principalmente entre a população jovem.

4 – Diabetes – De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, 11% da população brasileira tem diabetes.

5 – Tabagismo – O vício do cigarro ainda é um problema de saúde pública no Brasil. O tabagismo é a causa de mais de 200 mil mortes por ano no país.

6 – Dengue – A dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes, pode causar febre hemorrágica e outros sintomas graves. Anualmente, o Brasil vive epidemias de dengue em diversas regiões.

7 – Hepatite C - Essa doença atinge mais de 3 milhões de brasileiros. A patologia pode provocar lesões no fígado e câncer.

8 – Hipertensão – A doença atinge cerca de 47% dos brasileiros que estão acima dos 50 anos de idade. A hipertensão é fator de risco para outras doenças, como o AVC, por exemplo.

um remédio contra o câncer


Via de regra, um remédio contra o câncer recebe aprovação das agências regulatórias de acordo com o local de origem da doença. Ou seja, ele ganha o aval para tratar um tumor de pulmão – ou de próstata, ou de pele. Mas o Brasil quebrou esse paradigma pela primeira vez com a chegada do larotrectinibe(nome comercial: Vitrakvi), da farmacêutica Bayer.
Ao contrário dos outros medicamentos, ele é indicado para todo e qualquer câncer sólido (ou seja, que não surge nas células de sangue), desde que a doença possua uma mutação específica, conhecida como fusão do gene NTRK. Dito de outra forma, não importa se o problema surge na mama, na tireoide ou no intestino: se possuir essa alteração molecular, o larotrectinibe pode entrar em jogo.
“Essa é uma tendência moderna, que se concentra nas particularidades moleculares do câncer, e não em seu lugar de origem”, afirma o oncologista Marcos André de Sá Barreto Costa, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Ou seja, é possível que no futuro outros fármacos sejam aprovados com a mesma lógica.

Como funciona o larotrectinibe

Estamos falando de um comprimido que bloqueia a ação de substâncias específicas que aceleram o crescimento das células cancerosas. Elas passam a ser fabricadas pelas células na presença daquela mutação que mencionamos antes – a tal fusão do gene NTRK. “Estima-se que 1% dos tumores sólidos apresentem essa característica”, ressalta Barreto Costa.
Essa alteração é mais frequente em certas versões da enfermidade, como o fibrossarcoma infantil e mesmo subtipos do câncer de mama, pulmão e intestino. No entanto, ela pode aparecer em outros cantos do corpo.
Nos estudos que justificaram a aprovação no Brasil – somos o segundo país do mundo a fazer isso, atrás apenas dos Estados Unidos –, o larotrectinibe beneficiou de 70 a 75% dos pacientes com câncer avançado que manifestavam aquela mutação. Ao final de um ano, 71% deles seguiam com a doença controlada, segundo Barreto Costa.
Só tem um detalhe: no momento, a medicação só poderá ser empregada quando a doença se espalhou pelo organismo e se não há mais opções satisfatórias de tratamento. Portanto, ela fica reservada para as situações em que não há outra terapia ou para quando as estratégias geralmente utilizadas já falharam (tanto para crianças quanto para adultos).
“Com o tempo, novos estudos devem ampliar essa indicação para quadros menos avançados”, especula Barreto Costa.
Como o larotrectinibe ataca especificamente as moléculas decorrentes daquela fusão do gene NTRK, ela é menos tóxica do que a quimioterapia. Seus principais efeitos colaterais são: fadiga, náusea, tosse e vômitos.

Como identificar a fusão do gene NTRK

Os médicos começam colhendo uma pequena amostra do câncer por meio de uma biópsia – isso já é um procedimento de rotina na maioria dos casos. A partir daí, exames de laboratório detectam a eventual presença dessa alteração, o que abre as portas para a indicação do larotrectinibe.
“Hoje, temos métodos simples e relativamente baratos para descobrir a presença dessa alteração”, garante Barreto Costa.
O complicado mesmo vai ser pagar pelo tratamento – pelo menos em um primeiro momento. Como a medicação acabou de receber a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seu preço ainda não foi definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
Contudo, provavelmente ela não será barata e deve enfrentar resistência até na rede privada, eminentemente por causa da cobertura dos planos de seguro.

Religião profunda

Religião profunda

Comecei este texto com uma discussão sobre a eucaristia porque minha tradição religiosa em particular é a cristã. Mas o argumento que estou fazendo - que as experiências religiosas têm histórias muito específicas e longas - poderia ser feito com a maioria dos fenômenos religiosos. Isso é porque, nas palavras do sociólogo Robert Bellah, "nada é perdido". A história vai até o fim da linha para trás, e quem, como e onde estamos agora é o resultado de seu desenrolar. Qualquer fenômeno humano que existe é um fenômeno humano que se tornou o que é. Não há uma religião menos verdadeira.
Se nós formos pensar sobre a profunda história da religião, precisamos ser claros sobre que religião é essa. Em seu livro O Bonobo e o Ateu, o primatologista Frans de Waal conta uma história engraçada sobre sua participação em um painel da Academia Americana da Religião. Quando um participante sugeriu que eles começassem definindo o que é religião, alguém comentou que, da última vez que tentaram fazer isso, "metade da audiência raivosamente deixou o local". "E isso em uma academia com esse nome!", disse Waal.
Ainda assim, precisamos começar de algum lugar, então Waal sugere a seguinte definição: "a reverência compartilhada ao sobrenatural, sagrado ou espiritual, assim como os símbolos, rituais e adoração associados". A definição de de Waal ecoa outra dada pelo sociólogo Émile Durkheim, que também enfatizou a importância das experiências compartilhadas que "unem uma comunidade moral".
A importância da experiência compartilhada não pode ser desconsiderada já que, na história que estamos contando, a evolução da religião humana é inseparável da cada vez maior sociabilidade da linha hominídea. Como diz Bellah, a religião é uma maneira de ser. Nós também podemos encará-la como uma maneira de sentir, uma maneira de sentir juntos.



Seguidores da Igreja Batista de NazaréDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionSeguidores da Igreja Batista de Nazaré escalam a Montanha sagrada de Nhlangakazi. Crenças e rituais religiosos ajudam a unir grupos de pessoas

Enquanto boa parte dos estudos científicos sobre religião serem sobre religiões com uma doutrina com base teológica, o psicólogo evolucionário Robin Dunbar acredita que essa é uma maneira limitada de estudar o fenômeno porque "ignora completamente o fato de que a maior parte das religiões da história humana tiveram um outro formato, de estilo xamânico, que não tinha deuses nem códigos morais". (Dunbar se refere a xamânico no sentido de religiões cujas experiências geralmente envolvem êxtase e viagem até mundos espirituais). Enquanto esses formatos baseados na teologia têm apenas alguns poucos milhares de anos e características de sociedades pós-agricultoras, Dubar afirma que os modelos xamânicos têm mais de 500 mil anos. São característicos de comunidades de coletores e caçadores, diz ele.
Se queremos entender como e por que a religião evoluiu, Dunbar diz que precisamos começar examinando as religiões "descascando os acréscimos culturais". Nós precisamos focar menos em questões sobre grandes deuses e crenças e mais nas capacidades que surgiram entre nossos antigos ancestrais que permitiram a eles criar uma maneira religiosa de estar junto.

Sentimentos primeiro

Sentimentos primeiro

Se queremos entender religião, então precisamos olhar para nossa história profundamente para entender como nossos ancestrais humanos evoluíram para viver em grupos em primeiro lugar.
Nós somos, afinal de contas, descendentes de uma longa linha de hominídeos com "laços sociais fracos e sem estruturas de grupo permanentes", diz Jonathan Turner, autor do livro A Emergência e Evolução da Religião. Isso levou Turner ao que ele considera a pergunta de US$ 1 milhão: "como a seleção de Darwin trabalhou na neuroanatomia dos hominídeos para fazê-los mais sociais para que eles pudessem gerar conexões sociais para formar grupos? Isso não é algo natural para macacos".
Nossa linha de macacos evoluiu do nosso último ancestral comum há 19 milhões de anos. Os orangotangos se separaram entre 13 e 16 milhões de anos atrás e o gorila entre 8 e 9 milhões. A linha do hominídeo se dividiu em duas entre 5 e 7 milhões de anos atrás, com uma das linhas levando aos chimpanzés e bonobos e outra até nós. Nós, humanos modernos, compartilhamos 99% dos nossos genes com chimpanzés - o que significa que somos os macacos mais próximos da linha inteira.
As semelhanças entre humanos e chimpanzés são bem conhecidas, mas uma diferença importante tem a ver com tamanho do grupo. Chimpanzés, em média, conseguem manter um grupo de 45 elementos, diz Dunbar. "Parece que esse é o maior tamanho de grupo que pode ser mantido por aliciamento", diz ele. O tamanho médio de um grupo humano é de 150, conhecido como "o número de Dunbar". O motivo disso, segundo ele, é que os humanos têm a capacidade de chegar a ter três vezes mais contatos sociais do que os chimpanzés devido uma certa quantidade de esforço social. A religião humana vem dessa capacidade maior de sociabilidade. Como?
Como nossos ancestrais símios se mudaram de habitats de florestas para ambientes mais abertos, como as savanas no leste e sul da África, as pressões de Darwin agiram sobre eles para torná-los mais sociáveis e assim ter maior proteção de predadores e um melhor acesso a comida. Também tornou mais fácil achar um parceiro. Sem a habilidade de manter novas estruturas - como pequenos grupos de cinco ou seis chamados famílias nucleares - esses macacos não teriam sido capazes de sobreviver, segundo Turner.
Então como a natureza realizou esse processo de socialização? Turner diz que a chave não está no que tipicamente entendemos como inteligência, mas com as emoções, que foram acompanhadas por algumas mudanças importantes na estrutura do nosso cérebro. Ele afirma que as alterações mais importantes têm a ver com as partes subcorticais do cérebro, o que deu aos hominídeos a capacidade de sentir um leque mais amplo de emoções. Essas emoções a mais promoveram a conexão, uma conquista crucial para o desenvolvimento da religião.

ReverênciaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionSentimentos religiosos complexos muitas vezes são a combinação de muitas emoções. A reverência, por exemplo, é uma mistura de medo e felicidade

O processo de melhoramento da região subcortical a que Turner se refere data de 4,5 milhões de anos atrás, quando o primeiro Australopitecos surgiu. Inicialmente, a seleção aumentou o tamanho de seus cérebros em 100 centímetros cúbicos (cc) além do cérebro dos chimpanzés, para cerca de 450 cc (no Australopitecos afarensis). Para fazer uma comparação, isso é menor nos hominídeos mais recentes - o Homo habilis tinha uma capacidade cranial de 775 cc, enquanto o Homo erectus tinha uma um pouquinho maior, de 800-850. Os humanos modernos, por outro lado, tem um cérebro muito maior do que qualquer um desses, com uma capacidade cranial de até 1.400 cc.
Mas esse tamanho cerebral menor não significa que nada estava acontecendo no cérebro do hominídeo. Turner diz que o tamanho do cérebro não reflete o melhoramento subcortical que estava acontecendo entre o surgimento do Australopitecíneo (cerca de 4 milhões de anos atrás) e do Homo erectus (1,8 milhão de anos atrás). "Está na história de como esses mecanismos [subcorticais] evoluíram que as origens da religião podem ser descobertas."
Apesar do neocórtex dos humanos ser três vezes o tamanho da dos macacos, o subcórtex é apenas duas vezes maior - o que leva Turner a acreditar que o aprimoramento das emoções dos hominídeos estava em curso antes que o neocórtex começasse a crescer para o tamanho humano atual.
Como a natureza conseguiu isso? Você provavelmente já ouviu falar sobre as chamadas quatro emoções primárias: agressão, medo, tristeza e felicidade. Qual sua primeira impressão sobre essa lista? Três das emoções são negativas. Mas a promoção da solidariedade demanda emoções positivas - então a seleção natural teve que encontrar uma maneira de "desligar" as emoções negativas e aumentar as positivas, diz Turner. As capacidades emocionais dos grandes macacos (principalmente os chimpanzés) já eram mais elaboradas que as de muitos outros mamíferos, então a seleção natural já tinha uma boa base para começar o trabalho.
Nessa altura de seu argumento, Turner introduz o conceito de elaborações de primeira e segunda ordem, que são emoções que resultam de combinações de duas ou mais emoções primárias. Então, por exemplo, a combinação de felicidade e raiva gera vingança, enquanto a inveja é resultado de raiva e medo. A reverência, que está muito presente na religião, é a combinação de medo e felicidade. Elaborações de segunda ordem são ainda mais complexas e ocorreram na evolução do Homo erectus (1,8 milhão de anos atrás) para Homo sapiens (cerca de 200 mil anos atrás). Culpa e vergonha, por exemplo, duas emoções cruciais para o desenvolvimento da religião - e são a combinação de tristeza, medo e raiva.

Ritual

Ritual

Como a seleção trabalhou em estruturas cerebrais existentes, aumentando capacidades emocionais e interpessoais, algumas propensões a comportamentos de primatas começaram a evoluir. Entre elas estão: a habilidade de ler olhares e rostos e imitar gestos faciais, várias capacidades para sentir empatia, a habilidade de ficar emocionalmente excitado em contextos sociais, a capacidade de fazer rituais, um sentimento de reciprocidade e justiça e a habilidade de se enxergar como parte de um ambiente. Um aumento na paleta emocional disponível para os macacos resultaria em um aumento de todas essas capacidades comportamentais, segundo Turner.
Apesar de muitos, se não todos, desses comportamentos terem sido documentados em macacos, eu quero concentrar em dois deles - ritual e empatia - sem os quais a religião seria impensável.
Em uma gravação de arquivo, a primatologista e antropóloga Jane Goodal descreve a dança da cachoeira que foi observada em chimpanzés. Vale a pena citar seus comentários aqui:
"Quando os chimpanzés se aproximam, eles ouvem esse som estrondoso e você vê que seus cabelos ficam um pouco em pé e eles se movimentam com maior rapidez. Quando chegam lá, eles ficam se balançando ritmicamente, geralmente em pé, pegando pedras grandes e as jogando por uns 10 minutos. Às vezes, agarram cipós e se balançam até onde há borrifadas de água e eles ficam na água, que geralmente evitam. Depois, você os verá sentados em uma pedra que realmente fica na correnteza, olhando para cima, observando a água conforme ela cai e então assistindo a ela correr e desaparecer". Eu não consigo evitar a sensação de que essa dança é provocada pelo sentimento de reverência e espanto que sentimos."
O cérebro do chimpanzé é como o nosso: eles têm emoções que são claramente similares ou as mesmas que as que chamamos de felicidade, tristeza, medo, desespero e assim por diante - suas habilidades intelectuais incríveis que costumamos pensar que são únicas a nós. Então por que eles não teriam sentimentos de algum tipo de espiritualidade, que é se sentir impressionado por coisas maiores que você mesmo?
Goodall observou um fenômeno parecido acontecer durante uma chuva pesada. Essas observações levaram a pesquisadora a concluir que os chimpanzés são tão espirituais quanto nós. "Eles não conseguem analisar, não falam sobre, não podem descrever o que sentem. Mas você sente que está tudo trancado dentro deles e a única maneira de expressar isso é através dessa fantástica dança rítmica." Além dessas demonstrações que Goodall descreve, outros observaram demonstrações carnavalescas, sessões de bateria e vários rituais de gritos.
As origens do ritual estão no que Bellah chama de "brincadeira séria" - atividades feitas sem uma razão, que podem não servir imediatamente à sobrevivência, mas que têm "uma potencialidade muito grande de desenvolver mais capacidades". Esse ponto de vista se encaixa com várias teorias da ciência do desenvolvimento, que mostram que atividades de lazer são muitas vezes cruciais para o desenvolvimento de habilidades importantes como teoria da mente ou análise contrafactual.
A brincadeira, nesse sentido evolucionário, tem muitas características únicas: precisa ser perfomada "em um lugar relaxado" - quando o animal está alimentado e saudável e não estressado (por isso que é mais comum em espécies com maior cuidado parental). A brincadeira também acontece em saltos: tem um começo e um fim claros. Entre cachorros, por exemplo, a brincadeira é iniciada com uma reverência. A brincadeira envolve um senso de justiça, ou ao menos igualdade: animais grandes precisam se colocar em desvantagem para não machucar animais menores. Além disso, a brincadeira envolve o corpo.